segunda-feira, 16 de abril de 2012

Palácio do Fim - Sucesso de Bilheteria no Festival de Curitiba 2012 - Você viu? O que achou?

Analise feita por Karen Souza , Grande amiga e também estudante de teatro.


Durante o Festival de Curitiba, entre inúmeras apresentações, quis experimentar algo diferente. Um drama, baseado em três histórias verídicas, interpretados por atores consagrados do teatro, TV e cinema. “Palácio do Fim”, dirigido por nada menos que o melhor critico de cinema, Jose Wilker, apresenta a dor, o medo e a angústia de personagens que passaram pela dura guerra no Iraque. A peça, escrita por Judith Thompson, um dos principais nomes do teatro canadense contemporâneo, descreve com precisão e intensidade a forma pela qual três vidas, mesmo em lados opostos de um conflito, podem ser modificadas e conectadas pela barbárie. Palácio do Fim, referência à antiga sede da câmara de tortura de Saddam Hussein, leva o público a observar como, nas mais diferentes culturas, a irracionalidade traça sempre o caminho da dor.

No primeiro conto, denominado “Minhas Pirâmides”, Camila Morgado dá voz a Lynndie England, oficial do exército americano acusada na corte marcial pelo abuso de prisioneiros em Abu Ghraib. Grávida do ex-namorado, ela reflete sobre as fortes imagens que expuseram ao mundo as grotescas técnicas de tortura que arquitetou ? presos sendo puxados por coleiras e amontoados nus em pirâmides.

“Colinas de Horrowdown”, segunda história, tem como protagonista o Dr. David Kelly, vivido por Antonio Petrin, inspetor de armas britânico que relatou à BBC que não havia armas de destruição em massa no Iraque. Após ser atacado e humilhado pelo governo britânico, o cientista se prepara para a morte no cenário bucólico do bosque próximo a sua casa, na Inglaterra. Suas últimas horas são dedicadas a um discurso de mea culpa em que revela as circunstâncias pelas quais apresentou falsas premissas para a guerra.

A peça termina com “Instrumentos de Angústia”, testemunho de Nehrjas Al Saffarh, interpretada por Vera Holtz, ativista iraquina membro do Partido Comunista. Com a doçura e o equilíbrio da maturidade, ela recorda como sobreviveu à polícia secreta de Saddam Hussein e aos horrores aos quais foi submetida no Palácio do Fim.

O cenário é minimalista, mas auxiliado pela maravilhosa iluminação e sonoplastia que sincronizam conforme os atores vão discorrendo suas histórias . Um espetáculo forte, instigante e intenso do começo ao fim. Valeu a experiência de experimentar por alguns instantes a real dor de quem passa e participa dessa guerra infindável.




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@kaka_souzaa


Obrigado pela contribuição Kaká!

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2 comentários:

  1. Eu sou suspeita para falar porque sou fã da Vera Holtz, ela deu um show de interpretação,eu fiquei simplesmente impressionada, durante a peça tive vários tipos de sentimentos....revolta,tristeza entre outros, mas enfim a peça é ótima uma das melhores que assiti no festival de teatro de curitiba.

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  2. Justifica o sucesso de bilheteria né Adri! Realmente foi sensacional, só escuto criticas boas dela!

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